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Industrialização na área de cobertura de “Tribuna Liberal”

A tarefa de averiguar o grau de industrialização de municípios ou regiões normalmente se ampara na análise da segmentação do PIB (Produto Interno Bruto) de cada localidade. Trata-se, resumidamente, da demonstração do quanto adicionou de valor (gerou de riqueza) cada setor da economia.

Porém, no âmbito dos municípios e regiões, quando não nos referimos às capitais de Estado, a ideal disponibilidade dos dados de PIB pode arrastar uma defasagem de tempo de até cinco anos na divulgação, o que dilui significativamente a aplicação do estudo, que pouco ajudará no reconhecimento das características e tomadas de decisões. Como alternativa ao obstáculo do tempo, é possível deduzir o grau de industrialização através de outras variáveis, como a análise do emprego da energia elétrica consumida em cada município nas atividades econômicas.

Com dados do ano todo de 2019, bem mais recentes, da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo, conseguimos estabelecer satisfatória demonstração da distribuição no uso da energia elétrica consumida (incluindo industrial) em algumas comparações na Região Metropolitana de Campinas: com a própria metrópole (Campinas); com o recorte Oeste da Região Metropolitana de Campinas, composto pelos municípios de Hortolândia, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia e Sumaré, que denominaremos “Área de cobertura de Tribuna Liberal”; e entre cada um dos cinco municípios mencionados.

Embora não seja o que há de mais recente, é importante conhecer o panorama regional até 2019, já que 2020 foi um ano atípico, que pode evidenciar mudanças na configuração de uso do recurso. Tão logo seja disponibilizada a massa de dados do ano de 2020 será possível destacar as mudanças provocadas pela pandemia.

De maneira geral, em 2019 a Região Metropolitana de Campinas consumiu 11.782.276 MWh de energia elétrica, somando os 20 municípios integrantes do aglomerado.

O Gráfico 1 demonstra que, do total consumido, Campinas, a metrópole, com 36% da população, respondeu por 28% do recurso na região, enquanto a chamada “Área Tribuna Liberal”, com 22% da população, ficou com a fatia de 28,5% da energia.

 

Vale observar que 6 municípios (Campinas + Área Tribuna Liberal) respondem pelo consumo de 57% de toda energia elétrica da RMC, com 20 municípios. É uma representatividade muito significativa.

Outro aspecto importante é que o conjunto da “Área Tribuna Liberal”, com 22% da população da RMC, prevalece no consumo de energia elétrica mesmo quando comparado à metrópole, Campinas, que concentra 36% da população. Com menor população consome mais energia elétrica.

Semelhante comparação se aplica no Gráfico entre os municípios do Bloco, isoladamente.

Para relacionarmos consumo de energia elétrica à hipótese de industrialização, precisamos segmentar por atividade econômica o recurso consumido. É o que se propõe no Gráfico 2, que ratifica a vocação industrial da Área:

 

 

Enquanto Campinas, a cidade sede, voltada para Serviços na vocação econômica, empregou apenas 18% da energia consumida na Indústria, o conjunto da Região Metropolitana de Campinas destinou 45% ao mesmo fim, e a Área Tribuna Liberal firmou a expressiva marca de empregar 61% da energia elétrica no Setor Industrial.  Daí parte a associação entre consumo de energia elétrica e grau de industrialização.

Partindo para as análises exclusivamente internas à Área Tribuna Liberal, o Gráfico 3 demonstra a contribuição de consumo de cada unidade (aplicado a todos os segmentos), com base de comparação no total dos 5 municípios:

 

Nos extremos da aplicação de energia elétrica ao setor industrial, temos, dentro da Área Tribuna Liberal, os municípios de Hortolândia, que direciona 28% ao Setor; e Paulínia, com 78%. O Gráfico 4 demonstra a distribuição nos dois municípios, comparando-os ao consolidado da Área, que aplica 61% no consumo industrial.

 

Sabemos que Hortolândia, que no levantamento sobre empregos formais mostrou bastante equilíbrio intersetorial na distribuição dos postos, divide o ímpeto industrial com o setor de serviços. Isso se deve tanto à integração geográfica com Campinas (polo prestador de serviços), quanto à elevadíssima densidade demográfica do município (a maior da RMC), bastante limitadora e encarecedora de terras para fins industriais, apesar da significativa vantagem logística.

Já o município de Paulínia, que explora ao máximo a relação entre população e consumo de energia elétrica, deve à refinaria da Petrobras, indústria de base (de alto consumo), tal condição de maior direcionador proporcional da energia elétrica consumida aos propósitos industriais.

Por fim, ainda que o método de analisar industrialização por intermédio do consumo de energia elétrica seja uma adaptação ao obstáculo da defasagem de tempo na divulgação do PIB, os exercícios são capazes de sugerir confirmação à vocação econômica do Bloco “Área Tribuna Liberal”.

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